Muito difundido e utilizado por
diversos povos, o pandeiro é considerado um instrumento muito antigo, encontrado
na Índia e até junto aos egípcios (1700 a.C.), com função de instrumento
marcador de ritmo e acompanhamento. Da cultura árabe surge o adufe, que é
um pandeiro quadrado sem platinelas.
A maior parte dos estudos
aponta para chegada do pandeiro ao Brasil por via portuguesa. Inclusive existe
registro que esse tambor já estaria presente na primeira procissão de Corpus
Christi, realizada na Bahia, a 13 de junho de 1549. Fato esse que reforça a
hipótese da chegada do pandeiro em navegações portuguesas para o Brasil, uma vez
que a mão de obra escrava utilizada em maior quantidade nessa época era
indígena. Com o passar do tempo, o instrumento foi absorvido pelos negros que
passaram a utilizá-lo em suas manifestações culturais no Brasil.
Na capoeira, o pandeiro
trabalha na marcação do ritmo estabelecido pelo berimbau. Na maioria das rodas
de capoeira, o pandeiro utilizado possui pele de couro animal, tornando-se assim
menos estridente. Inclusive, existem relatos de que Mestre Bimba retirava
algumas platinelas do instrumento, tornando o som ainda mais grave, o que ele
considerava o tambor da Regional. Em recente texto sobre instrumentos musicais,
o amigo Miltinho Astronauta cita o cuidado que alguns capoeiras têm com seus
instrumentos, como o saudoso Mestre Cosmo tinha com a afinação dos pandeiros.
Segundo o mestre, os pandeiros deveriam ser afinados no tempo... no sereno, e
tocados em pares, onde um marcava o passo e o outro se soltava no solo.
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